"Community Health Workers in Central-Southern Amazonia" by Daniel Scopel, Raquel Dias-Scopel et al.
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Home > Tipití > Vol. 18 > Iss. 1 (October 2022)

 

Keywords

Munduruku Indigenous people; medicalization; cosmography; intermedicality; Indigenous community health workers

Abstract

This article analyzes the role of Munduruku indigenous community health workers (CHW) with the expansion of biomedical services as part of state presence and territorial control in Brazil. Centuries of interethnic contacts among the Munduruku have resulted in a plurality of health practices. Since 1999, Primary services have increased significantly, when the Indigenous Health System (SASI) was created. CHWs were incorporated as part of the health teams serving the indigenous lands. Munduruku CHWs have not only assumed an important role in the delivery of biomedical services, but also are key in the articulation between different traditions of care. Although there is a clash between the hegemony of biomedicine and the Mundurucu cosmographical perspective that links health to territory, the CHWs are protagonists and important actors in the negotiations and appropriations that occur in the contact zone of medical pluralism. They have emerged as local leaders, collaborating with village caciques in health service issues and dialoguing with and supporting families in therapeutic itineraries that include various medical traditions. In addition, they have become political actors in the new participatory spaces created for indigenous representation, such as local and district health councils that are part of the Indigenous Health System.

Translated Abstract

Este artigo analisa o papel dos agentes indígenas de saúde (AIS) Munduruku diante da expansão dos serviços biomédicos como parte da presença estatal e do controle territorial no Brasil. Séculos de contatos interétnicos entre os Munduruku resultaram em uma pluralidade de práticas de saúde. Desde 1999, os serviços primários aumentaram significativamente, quando foi criado o Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (SASI). Os AIS foram incorporados como parte das equipes de saúde que atendem as terras indígenas. Os AIS Munduruku não apenas assumiram um papel importante na oferta de serviços biomédicos, como também se tornaram figuras centrais na articulação entre diferentes tradições de cuidado. Embora exista um confronto entre a hegemonia da biomedicina e a perspectiva cosmográfica munduruku, que vincula saúde ao território, os AIS são protagonistas e atores fundamentais nas negociações e apropriações que ocorrem na zona de contato do pluralismo médico. Eles emergiram como lideranças locais, colaborando com os caciques das aldeias em questões relacionadas aos serviços de saúde e dialogando com e apoiando famílias em itinerários terapêuticos que incluem diversas tradições médicas. Além disso, tornaram-se atores políticos nos novos espaços participativos criados para a representação indígena, como os conselhos de saúde locais e distritais que integram o Subsistema de Atenção à Saúde Indígena.

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