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Abstract

The paper takes as its point of departure an assessment of the achievements and limitations of structuralism as exemplified by the work of Claude Lévi-Strauss, with particular attention to its applications to Amazonian ethnographic data. I attempt to identify the original contributions of structuralism, while explaining how it has distorted and misunderstood the Amazonian cultural structures and themes that it has sought to analyze by misapplying its own theoretical and methodological concepts, thus giving rise to what I call the “Crisis of Late Structuralism.” I then suggest how recent developments in Amazonianist anthropology, notably the rethinking of animism by Philippe Descola and his associates, and the development of perspectivism by Eduardo Viveiros de Castro and his colleagues can be understood as attempts to avoid or transcend this crisis by reformulating key theoretical assumptions of structuralism, beginning with the relation of nature and culture. I discuss similarities and differences between animist and perspectivist treatments of this theme, and other theoretical concepts that follow from it, such as the relation of bodily form and content, agency and spirit, and the subjective and objective dimensions of cognitive schemas considered as the fundamental units of cultural structures. In conclusion I suggest that a critical examination of these new theoretical tendencies points to a positive reformulation of the relation of nature and culture, rooted in the fundamental role of productive activity, and the reflexive production of production as the fundamental feature of many, if not all, Amazonian cultural ideas of culture.

O ponto de partida deste ensaio é uma avaliação dos êxitos e falhas do estruturalismo, exemplificado pela obra de Claude Lévi-Strauss, com particular atenção a sua aplicação a dados etnográficos amazônicos. Pretendo identificar as contribuições originais de Lévi-Strauss, mas também mostrar como o estruturalismo obstruiu e confundiu as estruturas e os temas das culturas amazônicas que tentou analisar por mal aplicar seus própios conceitos teóricos e metodológicos, assim produzindo o que chamo de “crise de estruturalismo tardio”. Sugiro então como desenvolvimentos recentes na antropologia amazonista, notadamente o repensar o animismo proposto por Descola e seus sócios e o desenvolvimento do perspectivismo por E. Viveiros de Castro e seus colegas, podem ser entendidos como tentativas de evitar ou transcender esta crise através de uma reformulação de conceitos teóricos chaves do estruturalismo, começando com a relação natureza e cultura. Discuto as semelhanças e as diferenças entre as abordagens animistas e perspectivistas do tema e outros conceitos teóricos decorrentes como a relação entre a forma e o conteúdo do corpo, agência e espírito e as dimensões subjetivas e objetivas de esquemas cognitivos, considerados como as unidades fundamentais de estruturas culturais. Em conclusão, sugiro que o exame crítico dessas duas novas tendências teóricas aponta a uma reformulação positiva da relação natureza e cultura, enraizada no papel fundamental da atividade produtiva, e da produção reflexiva da produção como característica fundamental de muitas, senão todas, idéias culturais amazônicas de cultura.

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