Home > Tipití > Vol. 7 > Iss. 2 (2009)
Abstract
Theories of agricultural regression have questioned the standard view that Amazonian foraging represents an ancient adaptation to regional environments by demonstrating that contemporary foragers are former agriculturalists whose historical trajectory led to the adoption of a foraging subsistence strategy. Recent studies have further shown that Amazonian foraging is not an adaptation to a pristine environment, but an engagement with tracts of forest that have been transformed by former agriculturalists. These theories, however, explain the historical process of agricultural loss through an investigation of contemporary foragers or trekkers, as if a certain subsistence strategies and mobile patterns were the inevitable outcome of this history. Through an analysis of the Katukina speaking Kanamari of western Amazonia, this article argues that agricultural loss and increased mobility can occur in the absence of foraging, by comparing Kanamari pre-contact agriculture with their involvement in the economy of the Amazonian rubber boom. Furthermore, it is argued that the Kanamari theory of mobility, which is indissoluble from their conceptions of the relationship between body and soul, is the only framework that adequately accounts for their historical shift from agriculture and greater sedentism to loss of agriculture and heightened mobility.
As teorias da regressão agrícola questionam uma interpretação do forrageio na Amazônia enquanto adaptação antiga ao meio ambiente, ao demonstrar que caçadores e coletores contemporâneos são ex-agricultores cuja trajetória histórica levou à adoção de uma estratégia de subsistência com base no forrageio. Estudos recentes mostraram ainda que o forrageio amazônico não é uma adaptação a um meio ambiente imutável, mas, ao invés disso, um engajamento com florestas secundárias, que resultam das atividades de ex-agricultores. Estas teorias, no entanto, traçam o processo histórico da perda de agricultura e da alteração de padrões de mobilidade através de uma investigação de sociedades caçadoras e coletoras, como se certas estratégias de subsistência e padrões de mobilidade fossem o resultado inevitável da história. Por meio de uma análise dos Kanamari, povo de língua Katukina da Amazônia ocidental, este artigo argumenta que a perda da agricultura e um aumento de mobilidade podem ocorrer na ausência do forrageio, através de uma comparação entre as práticas agrícolas dos Kanamari antes do contato e seu envolvimento na economia da borracha. Argumenta-se, ainda, que a teoria kanamari da mobilidade, que é indissociável de suas concepções da relação entre corpo e alma, é o único quadro que permite dar conta de sua mudança histórica da agricultura e do sedentarismo para a perda do cultivo e a mobilidade crescente.
Recommended Citation
Costa, Luiz
(2009).
"Worthless Movement: Agricultural Regression and Mobility",
Tipití: Journal of the Society for the Anthropology of Lowland South America:
Vol. 7:
Iss.
2, Article 2.
DOI: https://doi.org/10.70845/2572-3626.1106
Available at:
https://digitalcommons.trinity.edu/tipiti/vol7/iss2/2