"Outras antropologias e seus desafios cosmopolíticos" by João Paulo Barreto
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Keywords

Epistemologias indígenas; Antropologia; Decolonização

Abstract

Este texto é resultado “Dueto”/keynote com Tânia Stolze Lima do Congresso da Salsa em Letícia, intitulado: “Outras antropologias e os seus desafios cosmopolíticos”, proferida no dia 29 de novembro de 2023, onde propõe uma reflexão sobre os desafios enfrentados pelos estudantes indígenas no campo da Antropologia, especialmente no contexto universitário de pós-graduação. Como também discute os limites e tensões entre o pensamento indígena e a lógica ocidental acadêmica, marcada pela pretensão de universalidade e pela classificação redutora dos conhecimentos dos povos indígenas. Coloca-se em pauta a desconstrução dos corpos e pensamentos que os indígenas são submetidos ao adentrar na universidade, destacando o risco de internalização e reprodução de conceitos eurocêntricos que fragmentam o conhecimento e deslegitimam formas indígenas de pensar, conhecer e existir. Valorizar as epistemologias indígenas, que são ancoradas em princípios próprios e os conceitos próprios como Kihti-ukuse, Bahsese e Bahsamori (tripé conceitual Yepamahsã/Tukano), é convocar a Antropologia a reconhecer os povos indígenas como sujeitos epistêmicos e a abrir espaço para traduções simétricas e colaborativas.

Translated Abstract

This text is the result of the author’s keynote dialogue with Tânia Stolze Lima, titled “Other anthropologies and their cosmopolitical challenges,” delivered on November 29, 2023 at the SALSA conference in Leticia, Colombia. It proposes a reflection on the challenges faced by Indigenous students in the field of anthropology, particularly within the context of postgraduate university education. It also discusses the limits and tensions between Indigenous thought and Western academic logic, which is marked by a claim to universality and the reductive classification of Indigenous peoples’ knowledge. The text brings to the fore the deconstruction of bodies and ways of thinking to which Indigenous students are subjected upon entering university, highlighting the risk of their internalizing and reproducing Eurocentric concepts that fragment knowledge and delegitimize Indigenous ways of thinking, knowing, and existing. Valuing Indigenous epistemologies—which are grounded in their own principles and concepts such as Kihti-ukuse, Bahsese, and Bahsamori (the conceptual tripod of the Yepamahsã/Tukano)—is a call for anthropology to recognize Indigenous peoples as epistemic subjects and to open a space for symmetrical and collaborative translations.

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